::Comentários rápidos, esparsos e sem sentido::

_Nossa, eu tenho um blog!
_Não gosto de auto-ajuda. A não ser quando eu escrevo. Aí eu adoro dar lições.
_O Facebook e o Whatsapp acabaram de matar duas coisas em mim, que eu realmente nunca consegui desenvolver: A capacidade de discorrer sobre uma ideia por páginas e páginas, continuamente; A paciência para os silêncios e os vazios nos diálogos.
Quando converso com alguém que me olha em silêncio, ou que estende uma vogal, ou que diz uma frase sem sentido semântico imediato, eu me disperso ou fico nervoso ou as duas coisas. E tento encerrar o assunto.
_Eu guardo rancor. Eu odeio pessoas e coisas. Eu faço coisas boas pras pessoas. Sou rabugento e ao mesmo tempo bem humorado. Sei ser bom com a perfeita consciência de não ser único. Isso é uma razão do incômodo com a auto-ajuda. A polarização dos comportamentos. Os objetivos numa suposta e impossível evolução. Essa parametrização do bem e da justiça. E principalmente, acima de tudo, odeio o óbvio da auto-ajuda. Os conselhos manjados. “Não se reprima”. “Livre-se do que é desnecessário”. “Tire dias de folga”. A auto-ajuda foge do que nos aflige. Foge da necessidade que as pessoas têm de mentir umas pras outras. Foge das frustrações que são cíclicas. E do fato supremo de que “não existe lei de causa e efeito”, a vida é um absurdo aleatório.
_Talvez eu precise assistir a monólogos no teatro ou filmes com longas tomadas, de close nas expressões faciais. Pra dar conta de ficar quieto. Pra reaprender a pensar.
_Sempre me senti esfacelar. É uma coisa ridícula e melosa de alma que se desprende e eu não devia usar esses termos, mas é verdade. Sinto que minha alma me escapa e quando eu registro as coisas, ou invento as coisas, ou conto histórias, estou aproveitando esse desgaste. Não invertendo, nem nada. Apenas dando sentido a essa constante fragmentação. E não tenho escrito, então imaginem como tem sido difícil viver…
_Vez por outra, desenho.